terça-feira, 14 de abril de 2015

Tiros na rua Emmet.

Tiros na rua Emmet.
W.Faria

Com notória sede por vingança ele a alvejou duas vezes, o primeiro lampejo de consciência em anos, uma, duas luzes. Rastros de pólvora pelo ar a se desfazer, assim como tudo que é sólido e se desfaz no ar. O corpo caído teve seus últimos trejeitos de vida, uma, duas piscadelas e revelou seu pálido hálito de morte. Ele, com um semi-sorriso, borboletou entre a viela e se sentiu em paz, caminhou lentamente enquanto limpava suas digitais da arma recém comprada de um garoto de treze anos.
Algumas pessoas do bairro chegaram até a janela para averiguar o som que rasgou a madrugada e lá estava figura dantesca, chapéu, capote preto, óculos escuros e um perfume que deixavam ébrios até os ratos do local, caída no chão, a jovem de pele rubra. O assassino, trajado de elegante terno
de linho cinza escapou pela última hora da madrugada, deixou para trás seus passos e uma silhueta que mais lembrava um lobo em meio aos arbustos.
[se foi]

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