Lugar de esperto
W.faria
É da sabença de todo cabra que quando a moça, seja ela moçoila ou
donzela ainda encabaçada, quando a dona se sente enrreivecida de nada
serve clamar a padre ciço pelo umbigo salvo, é de ordem clara não
passar nas redondezas quanto mais nas quadradezas. Quando a moça
entope as veias e o ventre com o fogo da moléstia é de sabença também
que o cabra reze a vela de maior comprimento, largura e tonalidade, a
modos de que sobreviva a saliência da personalidade da dona.
reza-se um padre nosso uma ave maria e uma salve rainha, se apela pra
santo, deputado ou majestade, quem puder ajudar no momento de
precisão.
se é caso de fúria da peste, o cabra dorme com um ôio aberto e o outro
aperreado, esticado por cima do ombro e encontrando a mão direita, se
é caso de destra, da dona, a modo de certificar que nenhum objeto
ponteagudo de suma cortância está sendo empunhado, relevado ou
descansando perto da mão alheia.
mas se o cabra é macho mesmo, enfrenta o ferro no peito, entorta a
lâmina no dente e arranca fio por fio do cabelo da rapariga, a modo de
dizer quem é que manda, torce o bico do peito com um alicate quente e
fala bem auto um nome falso, que é pra modequem tá perto não cobrar
depois.
resumindo, amar é da humaneza de cada um mas o pé atras faz do mundo
um lugar de esperto.