Prazo curto Solidão.
W.Faria
Arranco aquilo que se alastra e me consome,
Consumo aquilo que me chama pelo nome,
Nomeio aquilo que vem, se arrisca e depois some,
Assumo quando tudo mais perece,
Pereco quando já não me merece.
Não tenho tempo para quem não se constrange,
Não me envergonho vendo o tempo que se vai,
Só vou dizer aquilo que me toca ao longe,
Não quero ser aquele sóbrio que se distrai.
Sou das estrelas, sou da lua, sou dos montes,
Sou da neblina, do sol forte, assombração,
Sou a expressão de medo e perda no semblante,
Sou cego e sujo meio ao caos da tradição.
Sou perecível como tudo que caminha,
Sou caminhante como tudo que perece,
Escrevo versos a mercê de um sentimento,
Crio verdades próprias, sem precisar de uma prece.